sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TV em Transe:A Histeria da Record no Pan


A gente já conhece bem o tom da Rede Globo quando a emissora transmite eventos esportivos internacionais que envolvem o Brasil. É aquela patriotada danada: locutores narram como se estivessem torcendo numa arquibancada e repórteres “entram no clima” da competição. Quando a Band entra na jogada, aliás, costuma agir da mesma forma.

Nas vitórias, êxtase. Nas derrotas, tristeza e tentativas de se justificar o mau resultado.

Pois a Record acaba de entrar no circuito. Driblou a concorrência e transmite com exclusividade os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México - o mesmo acontecerá ano que vem, na Olimpíada de Londres.

Com isso, abriu-se uma possibilidade de mudança. Quem sabe a emissora não buscaria outro caminho, com transmissões mais informativas e menos ufanistas?

Infelizmente, porém, a Record está perdendo uma oportunidade de ouro ao escolher o caminho oposto. E está duro de aguentar.

A cobertura do Pan tem sido de um exagero inacreditável. Algumas narrações chegam à histeria. Imagino que seja uma ordem superior, da direção do canal, pois profissionais outrora comedidos entraram na gritaria.

Álvaro José, por exemplo, é um dos maiores conhecedores de esporte amador do país. Trabalhou muito tempo como comentarista e locutor na Band, e nunca foi de fazer escândalo em transmissões (ao contrário da maioria). Mas, neste Pan, também tem adotado essa linha over, como nas provas de natação. O que ele berrou ao narrar as medalhas de ouro do Brasil não foi brincadeira.

Quanto aos repórteres, o negócio é mandar ver no oba-oba. E a informação que se dane. Vemos entrevistas desnecessárias com torcedores brasileiros enquanto o resultado final de competições é divulgado, tentativas de registrar a emoção de atletas imediatamente após as disputas, com os coitados sem fôlego pra falar.

O negócio está tão feio que dá pra sentir saudades da Globo...


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